quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Houve negligência do poder público na Serra, diz Crea


Foto do jornal globo


Conselho divulga terceiro relatório de inspeção realizada na região
RIO - O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) divulgou, na manhã desta quarta-feira, o terceiro relatório de inspeção realizada na Região Serrana. Segundo o órgão, houve negligência do poder público na prevenção de desastres ambientais. O Crea informou ainda que as medidas adotadas foram apenas emergenciais e as áreas afetadas permanecem vulneráveis. Outro aspecto levantado pelo estudo é que o ritmo das obras é muito lento. De 170 áreas indicadas como alto risco de deslizamento de encostas na Região Serrana, em apenas oito foram iniciados os trabalhos. O presidente do Crea Agostinho Guerreiro disse que medidas preventivas são essenciais para evitar tragédias, mas que um ano depois a situação ainda é muito crítica e quase nada foi feito.

-É hora de dar um basta nisso. Nem 10% das obras necessárias foram realizadas. Estamos em janeiro e já vemos tragédias. Ainda há fevereiro e março que também são meses de chuva — afirmou.

O presidente falou ainda da rapidez de recuperação de desastres naturais com outros países. Guerreiro citou o Japão como exemplo e que em menos de seis meses após o terremoto, a recomposição era completa .Segundo ele, acidentes acontecem em todos os lugares, mas no Brasil ainda falta planejamento para cumprir com os prazos e conogramas. Para ele, se as chuvas continuarem pode haver uma nova tragédia na Região Serrana.

O terceiro relatório foi feito depois de uma inspeção na semana passada nas cidades de Nova Friburgo, Bom Jardim , Teresópolis e Petrópolis. Segundo o Guerreiro, o cenário encontrado mudou pouco do que o que havia sido relatado nas visitas anteriores que aconteceu em janeiro e julho do ano passado. Nessa nova inspeção, o Crea listou algumas medidas para evitar que novos acidentes aconteçam. Entre as prioridades, o conselho listou criar mapas de risco, fazer um planejamento para remoção da população ao longo do tempo, implantar intervenções nas encostas e construir pequenas e e médias barragens.

Cabral admite que recuperação da Região Serrana não será concluída em um ano


Subiu para três o número de mortos em decorrência da chuva no estado


RIO - O governador Sérgio Cabral afirmou, na tarde desta terça-feira, que a recuperação da Região Serrana, devastada pelas chuvas em janeiro de 2011, deve levar mais de um ano para ser concluída. A afirmação foi feita em Nova Friburgo, cidade mais afetada, durante a entrega de 88 viaturas 88 viaturas às prefeituras de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis para serem utilizadas pelas equipes de Defesa Civil e Guarda Municipal desses municípios.
- A demanda é muito grande. Ainda temos uma gigantesca tarefa pela frente e essa recuperação não se conclui em um ano - disse o governador ao site G1.
Durante o evento, o governador lembrou ainda que nas últimas chuvas que atingiram Friburgo, e deixaram mais de 300 pessoas desalojadas, o que evitou mortes foi o acionamento dos alarmes em áreas de risco da cidade:
- Queria parabenizar a Defesa Civil do estado, o Corpo de Bombeiros e as defesas civis municipais que souberam agir com rapidez não só aqui como na Região Noroeste Fluminense. O que evitou a morte de pessoas desta vez foi o funcionamento dos alarmes, os comunicados a tempo e os treinamentos - afirmou.
Cabral também anunciou o lançamento de um pacote de obras para a Região Serrana, no próximo dia 11. Serão construídos 2,2 mil apartamentos pelo programa Minha Casa Minha Vida, com contrapartida do Estado em obras de infraestrutura no conjunto habitacional. No mesmo dia, será anunciada ainda a complementação das obras de contenção de encostas e iniciada a dragagem dos rios de toda a região, com recursos do Ministério das Cidades, no valor de R$ 330 milhões, liberados no final de novembro pelo governo federal.
Na Região Serrana, há 30 bombeiros estaduais em atuação. Além dos desalojados nos dois municípios do Noroeste, outros 300 foram retirados de suas casas nas demais cidades do Estado do Rio. De acordo com a Defesa Civil, 25 municípios foram afetados pelas chuvas. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) vai realizar na quarta-feira uma vistoria em Nova Friburgo, para avaliar os principais pontos da cidade que estão correndo risco de desabamento devido às chuvas dos últimos dias. A equipe irá percorrer pontos já avaliados anteriormente pelo conselho e verificar se as medidas sugeridas foram implantadas.


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