Antes do início do julgamento foram sorteados, entre 25 pessoas, os sete que iriam participar do júri, que ficou com a composição de seis homens e apenas uma mulher. Logo no início, a defesa exibiu uma série de reportagens da época em que ocorreu o crime. O julgamento, que acontece no Fórum de Santo André, deve durar no mínimo três dias.
Mãe de Eloá: ‘Não tenho ódio dele, mas espero que seja condenado’
O Ministério Público de São Paulo vai pedir a condenação do réu a 52 anos de prisão por ter certeza de que a bala que matou Eloá partiu da arma que o rapaz usava. Já a defesa vai assumir a linha de que Lindemberg sempre foi um bom moço.
Antes do início da sessão, a advogada do réu, Ana Lucia Assad, disse que o cliente “está calmo e tranquilo, porém ansioso”:
– Ele vem sendo crucificado e o exemplo disso é que ele deveria ter aguardado o julgamento em liberdade, pois não tinha antecedentes criminais, tinha endereço e emprego fixos.
Ana Lucia não deu detalhes sobre como vai proceder a defesa no julgamento. Apenas adiantou que vai exibir trechos do filme “Sem vestígios”, do diretor Gregory Hoblit, que conta a história de uma equipe do FBI que persegue um assassino que exibe seus crimes na internet.
A mãe de Eloá afirmou que “está tudo sendo muito difícil” e falou sobre a expectativa para o julgamento:
- Espero que Lindemberg seja condenado. Não tenho ódio dele, mas espero que seja condenado. Hoje de manhã orei a Deus para que a justiça seja feita.
Ao chegar no fórum, Ana Cristina foi aplaudida por pessoas que se aglomeravam na porta.
Réu tinha intenção de matar Eloá desde o início, diz promotoria:
Inconformado com o fim do relacionamento com Eloá, de 15 anos, Lindemberg, que à época tinha 22, invadiu armado o apartamento em que a garota morava com os pais. O cárcere privado durou mais de cem horas. Nesse período, outros três amigos de Eloá foram mantidos como reféns. No dia 18 de outubro, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM invadiu o local. Lindemberg atirou na ex-namorada e em uma das amigas dela, Nayara Rodrigues. Eloá morreu a caminho do hospital. Nayara foi atingida, mas sobreviveu.
Segundo a promotora Daniela Hashimoto, Lindemberg tinha a intenção de matar Eloá desde o início:
- Houve essa explosão da porta, os policiais não conseguiram ingressar imediatamente e ele teve tempo para tentar se refugiar e aí, ainda assim, podendo se render, atirou nas meninas.
Além do homicídio e da tentativa de matar Nayara e um policial militar que tentava negociar a rendição, Lindemberg também responde pelo crime de cárcere privado e disparos de arma de fogo. O réu está preso preventivamente na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.
O júri de Lindemberg estava marcado para ocorrer em fevereiro do ano passado, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em novembro de 2010, anulou a fase de instrução e o processo teve que voltar à fase inicial. O juri vai contar com 19 testemunhas - sendo 14 da defesa e cinco da acusação.
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