Aos três anos de idade, Millie Field pode finalmente sorrir sem problemas. A pequena é a primeira pessoa no Reino Unido a experimentar uma droga que a livrou de uma marca de nascença fatal.
Millie nasceu com uma pequena mancha azul no rosto. Na ocasião, os médicos disseram a Michelle e Stuart, pais da criança, que se tratava de um machucado sem gravidade por causa do trabalho de parto rápido.
Segundo informações do jornal “Daily Mail”, alguns dias depois, a pequena marca havia se transformando em uma imensa mancha vermelha, que não só deixou o bebê desfigurado, como também estrangulava a traquéia, mandíbula e laringe.
A mancha é conhecida como hemangioma, um tumor formado por veias sanguíneas que, se continua a crescer, chega ao ponto de provocar graves problemas respiratórios. E, no caso de Millie, o hemangioma só aumentava, até que ela precisou ser submetida a uma traqueostomia para respirar. Isso deixou a menina incapaz de fazer qualquer som.
Michelle, da cidade de Rochford, na Inglaterra, decidiu fazer uma busca na internet sobre a doença da filha e descobriu um grupo de pesquisa, que passou o telefone da unidade de dermatologia do Great Ormond Street Hospital. “Millie já tinha dez dias de vida e a mancha dela ficava cada vez pior e mais vermelha”, conta a mãe.
Ela fez contato com o hospital e a enfermeira pediu uma foto do bebê. “Ela me telefonou de volta e disse que poderia ser outro tipo de marca de nascença e que ela queria nos ver assim que possível”, contou Michelle. No dia seguinte, Millie piorou e precisou ser submetida a procedimentos de emergência. Ela foi transferida para Great Ormond Street Hospital, onde ficaria pelos próximos seis meses.
A menina se alimentava através de tubos e só respirava por causa da traqueostomia, realizada em uma operação de sete horas. “Uma das partes mais tristes foi não poder alimentar minha filha e nunca ouví-la chorar ou fazer qualquer som”, conta Michelle.
O futuro da menina parecia incerto, até que a mãe ouviu falar de uma droga, propanolol, usada para tratar hipertensão e problemas cardíacos. Michelle descobriu que, na França, alguns médicos estavam usando o remédio para tratar hemangiomas, e obtiveram algum sucesso.
Os médicos de Millie ficaram relutantes em usar o remédio, com medo que ela piorasse. “Nós acabamos tentando, principalmente por causa da diferença que fez em outras crianças com hemangioma”, conta Michelle. Os especialistas deram a droga em pequenas doses e a mancha no rosto de Millie começou a diminuir. “O resultado foi quase instantâneo”, enfatiza a mãe.
Mesmo depois da melhora, Millie ainda precisou passar por uma cirurgia de reconstrução das vias aéreas. Depois de duas semanas, o bebê já podia respirar sozinho e recebeu alta. Meses depois, a menina passou por uma cirurgia plástica para reconstruir os lábios, embora ela ainda tenha algumas cicatrizes.
“O remédio mudou a vida dela completamente. O tumor era muito doloroso e ela nunca gostou de ser tocada. Millie precisava de morfina diariamente para se sentir confortável. Agora, nós podemos beijar e abraçar nossa filha”, festeja Michelle.
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