Chegou o grande dia de festa para as escolas de samba do Rio! Oitenta anos depois do primeiro desfile, o EXTRA e a Prefeitura do Rio promoverão uma volta ao passado: no mesmo dia, no mesmo horário, no mesmo local e com as mesmas agremiações, um desfile vai reviver um pouco da atmosfera daquele encontro de 1932 (confira no jornal EXTRA de hoje como conseguir convites).
É claro que, nos anos 30, lá estavam Cartola, Paulo da Portela, Ismael Silva e outros bambas que escreveram seu nome na história. Agora, em 2012, os grandes nomes serão outros, mas estarão todos lá: Monarco, Arlindo Cruz, Neguinho da Beija-Flor... Delegado e Dodô da Portela, dois exemplos de força e vitalidade, que conheceram as escolas na década de 30, serão reverenciados esta noite. Delegado foi eleito o maior mestre-sala da história, por um júri especializado. Além dele, também serão premiados Vilma (porta-bandeira), Jamelão (intérprete), Silas de Oliveira (compositor), Monarco (Velha Guarda), Mestre André (ritmista/mestre de bateria), Luma de Oliveira (musa), Tijolo da Portela e Paula do Salgueiro (passista) e Joãosinho Trinta (carnavalesco).
Já Dodô da Portela é uma das indicadas ao prêmio de maior personalidade dos 80 anos de desfile. Os outros concorrentes são Cartola, Delegado, Dona Ivone Lara, Fernando Pamplona, Jamelão, Joãosinho Trinta, Mestre André, Neguinho da Beija-Flor e Paulo da Portela. Os leitores votaram nos seus preferidos através do EXTRA Online — foram mais de 26 mil e 500 votos. O grande vencedor só será conhecido durante o evento.
Depois de homenagear os grandes bambas, é hora de reviver os desfiles de 1932. Portela, Unidos da Tijuca, Estácio de Sá e Mangueira vão evoluir pelo Terreirão, com fantasias à semelhança da época, cada uma com cem componentes, e lembrando seus sambas clássicos, ao som de uma bateria mais cadenciada. É para arrepiar qualquer sambista!
A porta-bandeira da Portela, Lucinha Nobre, disse que já está emocionada antes mesmo de entrar no Terreirão. E o motivo é muito especial:
— A minha fantasia é uma réplica da que a Dodô utilizou em seu primeiro desfile, em 1935. Vai ser mágico!
Musas e rainhas do carnaval despontam em
blocos, feijoadas e até na internet
O folião carioca é um monarquista convicto. E como não ser? Quem não se ajoelha aos pés das rainhas que vestem a coroa — e quase mais nada... — em escolas de samba, blocos, feijoadas e agora até nas redes sociais? Se o Sambódromo é o palácio mais sofisticado do carnaval, na Avenida Rio Branco, o templo da folia popular, reinam beldades de parar o trânsito... de alegorias. É o caso de Evellyn Alves, há sete anos à frente dos ritmistas do Cacique de Ramos:
— Quando recebi a faixa, disseram: "Uma preta do teu porte, com um corpão desses, vai vir na bateria quebrando tudo" — lembra Evellyn, que desembolsa cerca de R$ 1 mil na fantasia, cifra bem mais pé no chão do que as investidas pelas eleitas da Sapucaí, equivalentes às vezes, a um carro popular.
Eleita a musa da feijoada do hotel Windsor Barra, em uma votação virtual, a dançarina Karla Moreno já fez até chinês abrir o olho em suas viagens pelo mundo no corpo — que corpo — de baile da Imperatriz Leopoldinense.
— Na China, as pessoas ficavam tocando a nossa pele, esfregando para ver se a cor era de verdade. Sofremos com o racismo na Rússia, as pessoas saíam da lanchonete quando entrávamos. Mas, depois que o grupo ficou famoso nos shows em Moscou, eles nos respeitaram. Na Finlândia, sofremos com a temperatura: 18 graus negativos — lembra Karla, que viaja ao lado do seu amor, o capoeirista Anderson Rodrigues.
Sua eleição foi democrática:
— O fotógrafo Berg Silva fez o convite pelo Facebook. O voto final foi do público pelas fotos.
O cliente tem mesmo sempre razão.
Beleza e solidariedade
Portelense de raiz forte, Juliana Diniz vai reinar na Feijoada do Francês, no sofisticado restaurante Albamar, na Praça Quinze. O evento é beneficente, em prol dos projetos da ONG Solidariedade França-Brasil (SFB). A camiseta-convite custa R$ 140.
— Acho que todo mundo pode fazer sua parte — diz ela.
E que parte!
Já Luiza Tomé é a musa do bloco Alegria sem Ressaca. Ao som das marchinhas cantadas pelos cantores Elisa Addor e Edu Krieger, a galera faz, com irreverência, um alerta contra abuso de álcool e drogas, domingo:
— Vou chegar cheia de energia puxando todo mundo para brincar com a gente na orla de Copacabana — diz a majestade.
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