quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

NOTÍCIAS ESPORTIVAS



Flu revela que grandes querem mudar o Estadual

Fred e Leandro Euzébio levantam a Taça Guanabara
Fred e Leandro Euzébio levantam a Taça Guanabara Foto: Bruno Gonzalez / Extra / O Globo
Gian Amato - O Globo

RIO — O Fluminense saiu da fila e entrou em outra disputa. Agora, a briga é para mudar a fórmula do Campeonato Carioca. Vencer a Taça Guanabara depois de 19 anos foi um alívio imediato na pressão interna e externa por resultados. Mas, fora de campo, o clube enxerga na atual fórmula da competição uma das causas de uma asfixia financeira e técnica para os quatros grandes do Rio logo no começo de temporada. O Fluminense terminou em primeiro na tabela e também lidera um movimento, ao lado de Botafogo, Vasco e Flamengo, para a elaboração de um projeto que irá propor à Federação a alteração nas regras do jogo. A principal é a redução do número de times participantes, que atualmente são 16.
A reluzente Taça Guanabara exposta nas Laranjeiras nesta segunda-feira era o reflexo do sucesso do time em campo. Na sala ao lado do pedestal, o presidente Peter Siemsen estava debruçado em uma planilha repleta de números na qual não havia brilho algum. Só a cor vermelha saltava aos olhos. Depois de nove jogos na Taça Guanabara, o campeão ficou com um lucro total de bilheteria de R$ 185.401,22. Somente com o pagamento dos salários de Fred, Deco e Thiago Neves, o Fluminense e a Unimed (responsável pela maior parte devido aos direitos de imagem dos jogadores) gastam cerca de dez vezes mais. Os três, juntos, recebem aproximadamente R$ 1,8 milhão. No Flamengo, o salário de Ronaldinho Gaúcho é de R$ 1,2 milhão.
— Há um excesso de times que não têm o poder de contribuir economicamente para o campeonato. Por isto, o Carioca não é rentável. Os clubes grandes pagam para jogar e, no nosso entendimento, é preciso reduzir o número de clubes participantes. Conversamos, os quatro grandes, e vamos criar grupos de estudo para achar a solução e encaminhá-la à Federação, que está receptiva à ideia. O ponto crucial é a diminuição das equipes para o aumento da qualidade e receita — disse Siemsen.
Prejuízo até mesmo em clássico
Na decisão da Taça Guanabara no último domingo, quando o Engenhão recebeu o maior público do campeonato até agora, com 31.276 pagantes e 36.364 presentes, a renda bruta foi de R$ 1.094.535,00. Como não havia mandante, Vasco e Fluminense receberam, cada um, R$ 232.511,40. As despesas do jogo consumiram a maior parte: R$ 629.512,21. Deste valor, a Federação ficou com uma taxa de R$ 109.453,50. Com ingressos promocionais foram gastos R$ 145.230,00, mais R$ 24.980,40 para uma cooperativa de Federação (Coopaferj), R$ 40 mil de aluguel do estádio e mais R$ 35 mil de despesas operacionais do Engenhão, entre outros itens, como confecção de ingressos a R$ 98.382, credenciamento (R$ 4.315), R$ 7.500 de taxa de iluminação e até transporte de van: R$ 185. A premiação bruta pelo título é de R$ 300 mil (R$ 100 mil pela semifinal e R$ 200 mil pela conquista), mas taxas, com valores não divulgados, também serão aplicadas a esta quantia.
— Dos nove jogos que fizemos, pagamos para jogar em quatro deles, contra o Boavista, Duque de Caxias, Bangu e Vasco. Até contra o Vasco, na fase de grupos, tivemos um prejuízo de R$ 45 mil. Não é justo. Os clubes de menor porte montam times de empresários para vender jogador. Cobram valores irrisórios para vender patrocínio na camisa e têm a mesma exposição dos patrocinadores dos clubes grandes, que gastam uma fortuna. Não há saída. É preciso diminuir a fase de grupos e valorizar as semifinais e finais para evitar a decadência técnica e econômica. Sem as cotas da TV, estaríamos mortos — declarou Siemsen.
Mesmo com a parceria dos grandes contra os pequenos, o presidente do Fluminense aproveita para fazer uma reivindicação ao amigo Mauricio Assumpção, presidente do Botafogo, que administra o Engenhão:
— Não deveríamos pagar taxa para jogar no estádio se geramos receita para o concessionário levando torcida para o estádio, que come hamburguer, paga estacionamento...
Enquanto o presidente destrinchava os números, os titulares aproveitaram as horas de folga. Apenas os reservas treinaram para o jogo com o Resende, nesta quarta-feira, na estreia da Taça Rio. Campeão de quase tudo ao redor do mundo, Deco valorizou a conquista local.
— O Carioca é um campeonato charmoso e lembro que o assitia na TV — disse Deco.


Por mau comportamento nos estádios, torcidas  do 


Flamengo, Vasco e Fluminense são punidas pelo MP


Por descumprir normas para a segurança nos estádios em clássicos regionais decisivos das duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro de 2011, cinco torcidas organizadas de clubes de futebol do Rio foram punidas pelo Ministério Público. Duas torcidas do Flamengo, duas do Vasco da Gama e uma do Fluminense descumpriram itens do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MP-RJ. A quantidade de jogos suspensos, definida em reunião entre representantes do MP-RJ, Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) e Polícia Militar, varia de acordo com a irregularidade cometida.
Uma torcida do Flamengo foi suspensa por dois jogos do Campeonato Estadual por emboscada à torcida do Vasco, na partida do dia 3 de dezembro de 2011. Já uma torcida do Fluminense e duas do Vasco também foram punidas com a suspensão por uma partida em virtude de lançamento de artefatos explosivos, no jogo entre Vasco e Fluminense, válido pela 37ª rodada do Brasileirão 2011.
Outra torcida do Flamengo foi suspensa por seis partidas por ter lançado artefato explosivo também no jogo do dia 3 de dezembro. Segundo o MP-RJ, apesar de um responsável pelo lançamento ter sido preso, a torcida não teria colaborado com a identificação dos demais infratores.
A torcida rubro-negra também foi suspensa por ter armado uma emboscada à torcida do Botafogo, cujos torcedores se dirigiam a Volta Redonda para assistir ao clássico contra o Fluminense pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
Restam ainda quatro jogos de suspensão, a serem cumpridos nas primeiras quatro rodadas da Taça Rio.


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